terça-feira, 30 de junho de 2009

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Tchau,

Será a última das últimas? Será meu cão, agora, quem postará? Será, quem sabe, um sabiá? O que será que será? Será só imaginação? Não, meu irmão. Não é moleza não. Tiraram de mim, de ti e de nós o diploma das mãos. Agora, só resta o barril: se pólvora para os homens da lei, ce(.r)veja para encher o tacho e mandá-los à puta que pariu. Seja crente, seja católico, espírita ou universal. Seja bunda, seja pau, seja o que tiver de ser, seja Uol, seja Carta Capital. Isto É, Manchete e Cruzeiro. Seja no trajeto do ônibus, seja na cagada matinal no banheiro. Contigo na Terra, a História Universal da Infâmia.

Chatô ressuscitou, foi tirado da cova e coisou o Gilmar – que gostou. Virou de ladinho, abriu a perninha e chamou: - Vem que tem meu bem, vem aqui dominar seu neném que te dou. (O telefone tocou, era o Brito) – Estamos indo praí. Eu, o Ric, o segundo grau, os pelos do peluso, vai Ellen depiladinha e pasmem, até a Carmem para aquela gostosa roçadinha. – E o Marco? – Marco ta puto, vai ficar em casa, diz que vai honrar o seu luto.

Não há mais um canudo em prol da liberdade. Faltam-me dedos para andar. Deceparam minha veia pulsátil. Perdi o sentido do tátil, a visão e o fátil, o paladar do palavrar. Bateram o martelo e o tímpano estourou. Nesse São João, não terá pífanos e epifania. Ao Deus Kom Unik Assao, um soco bem dado bem no intestino da fruta e, de diarréia estou orando ao jornalismo com um terço mamão. Chora Carlinhos, chora. Porque vem a Era Nelsinho. Vem os tempos modernos. O jornalemo com franjamadas e lápis preto no bigode do olho. Vem aí o você repórter e o verme do Hermes. O negócio agora é negociar. É estuprar de fato o ato e analisar o que restou dos cacos.

Hoje não dei bom dia ao padeiro. Não beijei a mulher nem abracei o vizinho. Hoje sequer dei meu peidinho ou traguei um paiero. Hoje quero só a pia, a privada, meu celeiro. Vou dar coices no Marinho, no Silvio e no Edir, que, macedo mais tarde, esperava a notícia. Agora, vai ter pastor jornalista pregando em colunas a missa e todos seremos sermão. Manda quem pode, obedece quem tem juízo, dois filhos e cinco contas pra pagar (mais o parcelamento da Caixa). A Pandora novamente se abriu e saiu um dos últimos males. Meu diproma foi pros ares e, com ele, mergulharei como num vôo Rio-Paris. Vou achar minha caixa preta para ver se a última coisa que disse ao supremo tribunal da comunicação antes do suicídio foi: vão tomar no cú!

Have a nice fucking day mr judges.

Só deixo meu Cariri no último pau de arara.

Rodrigo Coimbra

De Carlos Drummond, frag"meto":

(...)

Salve, Meio. Salve, Melo.
A massa vos saúda
em forma de passa.

Não quero calar junto do amigo.
Não quero dormir abraçado
ao velho amor.
Não quero ler a seu lado.
Não quero falar
a minha palavra
a nossa palavra.
Não quero assoviar
a canção parceria
de passarinho/aragem.
Quero komunikar
em código
descodificar
recodificar
eletronicamente.

Se komuniko
que amorico
me centimultiplico
scotch no bico
paparico
rio rico
salpico
de prazer meu penico
em vosso honor,
ó Deus komunikão.

Farto de komunikar
Na pequenina taba
subo ao céu em foguete
até a prima solidão
levando o som
a cor, o pavilhão da komunikânsia
interplanetária interpatetal.
Convoco os astros
para o coquetel
os mundos esparsos
para a convenção
a inocência das galáxias
para a notícia
a nivola
o show de bala
o sexpudim
o blabladum.

E quando não restar
O mínimo ponto
a ser detectado
a ser invadido
a ser consumido
e todos os seres
se atomizarem na supermensagem
do supervácuo
e todas as coisas
se apagarem no circuito global
e o Meio
deixar de ser Fim e chegar ao fim,
Senhor! Senhor!
Quem vos salvará
de vossa própria,
de vossa terríbil
estremendona
inkomunikhassão?