sexta-feira, 22 de maio de 2009

nesses dias eu tenho lido Bukowski, Numa Fria. Eu nao sei por que me identifico tanto com ele, isso é um problema que um esperma e um óvulo poderiam me responder, mas quando eles existiam eu ainda não sabia falar. eu sequer tinha um cérebro. hoje, que já entendo as letras do alfabeto e consigo juntar algumas para não parecer um austrolopiteco, poderia pergunta-los.

eu me identifico com coisas que muito podem considerar estúpidas, mas que pra mim revela a mais pura filosofia.

então, como nao ganho dinheiro falando merdas francesas apesar de que gostaria, eu escrevi um diálogo logo depois de ler um conto do Buk. Eu tenho a mania de criar esses diálogos na cabeça, e eu sou o ataque e a defesa. Eu sou vários ao mesmo tempo.

Cenário para a leitura: 2 sujeitos, uma cafeteria para intelectuais, uma mesa com 4 quatro cadeiras, duas sendo utilizadas - uma por ele, uma por ela. ele, pode ser eu, você, seu avô, o Hitler. Ela, pode ser eua, voçá, sua avó, a Hitler. Na mesa, um café frio, duas cervejas, um cigarro queimando, um paiêro escostado, dois bêbados falando:

Você dá o cu?

- por que toda mulher pensa em casar? – perguntei à Janine.
- porque se não pensassem assim, você não estaria aqui pra me dizer essa merda – respondeu.
- é verdade - completei.
- e você quer casar? – foi a vez dela.
- não sei se quero deixar no mundo alguém que pense merda como eu.
- e por que você acha que um filho seu vai pensar como você?
- porque se for filho meu, como você disse, mais cedo ou mais tarde vai acabar pensando. Sangue do meu sangue... mas se for filho dela, pode ser que as coisas mudem porque ela pensa em casar.
- e o que você acha disso?
- disso o quê?
- do filho ser dela...
- isso eu acho ótimo.
- então você pode ter um filho.
- mas em casas separadas.
- mas sem a presença do pai ele pode se tornar gay.
- e que mal há nisso?
- você gosta de gays?
- Sou filho do meu pai, não dela.
- você está sendo machista.
- eu não, estou sendo apenas o homem que sou.
- machista!
- e você é bicha.
- quero dar.
- pra homem ou pra mulher?
- pra você.
- mas eu não sou machista?
- e moralista.
- mas você dá o cu? Porque eu tenho vontade de comer um cu.
- então coma o filho dela.
- mas aí é insanidade.
- moralista de novo.
- bem, se ele quiser dar pra mim e eu tiver tesao. Porque eu quero um cu que me dê tesao.
- e como tem que ser esse cu?
- como é o seu? o fetiche é num lisinho e rosinha, mas tenho um fusca e desejo um porsche. coisas da vida.
- o meu ta cabeludo.
- mas eu perguntei como é.
- cabeludo e rosinha.
- eu tenho gilete em casa, você deixa eu raspar?
- eu não raspo o cú, eu depilo.
- mas sou eu quem vai raspar, sua limitada e feminista.
- estou é sem dinheiro pra ir no salão.
- e o que significa essa cerveja, batons, celular moderno, bolsa de grife, sapato de salto e o carro do ano?
- são necessidades.
- mas raspar o cu que é bom... e barato...
- eu não raspo, eu depilo.
- e como depila? Me ensina que eu faço... e com amor. Porque eu amo um cu rosinha e vou me apaixonar ainda mais por ele se eu depilá-lo.
- quero dar.
- e você dá o cu?

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